
Já havia tido alguns fortuitos encontros com o sujeito, mas em nenhum tinha sido tomado pela determinação de encontrar o melhor sagu. Aquele que me revelasse o supremo sabor de um doce singelo e perfeito.
Desde que cheguei ao sul tenho comido sagu todos os dias, e em alguns, por duas vezes. Sorte a minha que não há dificuldade para o intento. Em todas as refeições, em todos os restaurantes, há sempre mesas e sobre elas, é claro, sobremesas coloridas e vistosas e também, sempre, lá está o cara, depositado em vasilha grande e larga, com seu tom avermelhado e brilhante. São impressionantes as possibilidades: com a mesma base e mesmos ingredientes é possível fazer sabores diversos. As variações são muitas. Há sagus densos como geléias, outros molengas e aguados. Alguns vermelhos vibrantes e outros rosas pálidos. Bolinhas de tamanhos diversos desde as minusclinhas até as bolotas com cara de gordinhas. Do gosto forte de cravo à predominância do sabor encorpado do vinho adoçado. Em minha opinião, sem pertencer à tradição sulista, o sagu perfeito é o mais molenga, com pelotinhas firmes, pouco doce obviamente e, creio, depois de pesquisa, realizado com vinho ruim. Da mesma maneira que dizem que a melhor caipirinha se faz com cachaça ruim, o sagu exige vinho seco, mas de qualidade inferior.
Depois de dezenas de sagus sul a fora elegi o meu sagu perfeito. É claro que, em se tratando de comida, o perfeito será sempre elegido entre os que comi. O meu escolhido foi o da Padaria Confeitaria e Restaurante Pão de Trigo, em Estância Velha. Esta pequena cidade fica geminada com Novo Hamburgo, cidade grande e já pertencente à região metropolitana de Porto Alegre. Estávamos hospedados em Ivotí, cidadezinha de 18 mil habitantes e como Santa Cruz do Sul, formada pela imigração alemã. Em verdade o nosso hotel ficava a 6 km do centro de Ivotí, que era mínimo. Um hotel parque com cavalos, trilhas, cachoeiras, piscina térmica e muito, muito menino escutando a Xuxa em volume alto, em programação especial que o hotel fez para o dia das crianças. Ivotí não tinha restaurante que funcionasse à noite então, fomos a Estância Velha jantar.


Receita de sagu Sagu ao vinho tinto Ingredientes:1 xícara de sagu 4 xícaras de água 3 xícaras de vinho tinto 1 xícara de açúcar 1 pau de canela 4 cravos-da-índia Modo de Preparo: Coloque para ferver a água em uma panela. Assim que estiver fervendo, coloque o sagu e cozinhe em fogo baixo por cerca de 30 minutos misturando sempre para não grudar no fundo da panela. Em outra panela coloque o vinho, cravo e canela e ferva por 10 minutos. Despeje a mistura de vinho na panela com o sagu e cozinhe até que as bolinhas do sagu estejam transparentes. Se necessário, acrescente água fervente aos poucos. Assim que o sagu estiver cozido, acrescente o açúcar. Ferva por um minuto e retire do fogo.

A apresentação em Ivoti foi em uma enorme escola luterana que tem rapazes e moças internos. Como o palco do auditório era muito alto, resolvemos fazer o espetáculo no chão com as cadeiras em volta da área de cena. Foi ótimo. Eu sempre gosto de Olympia bem pertinho do público: vira uma conversinha mineira. Bem delicada.
Camarim improvisado e a cadeira mais linda que já ví.
2 comentários:
Experimente o sagu em cambará. Não lembro o nome do restaurante, mas era um dos mais cheios na cidade no dia em que fui. Servia comida italiana e o melhor sagu com vinho da face da terra.
Experimente o sagu em cambará. Não lembro o nome do restaurante, mas era um dos mais cheios na cidade no dia em que fui. Servia comida italiana e o melhor sagu com vinho da face da terra.
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